DÍZIMO É, QUASE SEMPRE, UM REFLEXO DO ARDOR DA COMUNIDADE CRISTÃ. FALTANDO FIDELIDADE E AMOR Á IGREJA DE CRISTO, O DÍZIMO É SINTOMÁTICO.


O que é o dízimo?
O dízimo não é pagamento, taxa ou imposto que se dá à igreja para a ela pertencer ou dela fazer parte. O dízimo é devolução, contribuição, ato de amor e gesto de partilha. Nós não pagamos o dízimo; nós devolvemos o dízimo, já que tudo o que somos e temos pertence a Deus.
Quem "inventou" o dízimo?
O dízimo não foi inventado; ele nasceu espontaneamente, como resposta do homem e da mulher à bondade e à misericórdia de Deus.
Podemos afirmar que por meio do dízimo nós louvamos e agradecemos a Deus?
Sim, o dízimo é um dos modos pelo qual nós, cristãos, manifestamos a nossa gratidão a Deus.
O dízimo é bíblico?
Sim, o dízimo está prescrito na Bíblia (Cf. Gênesis 14, 18-20; 28, 20-22; Números 18, 25-32; Deuteronômio 12, 6.11.17 e 14,22-29; Levítico 27, 30-33; Malaquias 3, 8-10; Tobias 1,6-8; Mateus 23, 23).
Quem é dizimista já está a salvo?
Não, o dízimo não compra a salvação, mas quando dado com sinceridade de coração e em espírito de fé, contribui para que a alcancemos.
Por que, para algumas pessoas, é tão difícil dar o dízimo?
Para algumas pessoas é difícil contribuir com o dízimo por estarem inteiramente dominadas pelo egoísmo. Quem é egoísta não conhece a alegria e o prazer da partilha.
Quanto se deve dar de dízimo?
Deve-se dar de dízimo o que mandar o coração e exigir a consciência. Os israelitas davam dez por cento (daí a palavra "dízimo" = décima parte de alguma coisa). Também nós somos convidados a chegar, aos poucos e com o tempo, aos dez por cento.
O católico é obrigado, então, a contribuir com dez por cento?
Não, não é obrigado, e sim convidado. No Brasil, os bispos pedem que os católicos contribuam com, ao menos, dois por cento do que ganham e, à medida que puderem, contribuam com mais, até chegar aos dez por cento.
Como deve proceder quem quer ser dizimista?
Quem quer ser dizimista deve procurar os responsáveis pela pastoral do dízimo de sua comunidade, ou então conversar com o padre, manifestando a eles o desejo de ser inscrito entre os que contribuem com o dízimo. A pessoa encarregada dará, então, as informações complementares de como, quando e onde entregar o dízimo.
O dízimo deve ser mensal, semestral ou anual?
O dízimo, para que funcione de fato numa comunidade, deve ser mensal.
É importante o quanto se dá de dízimo?
Sim, é importante. O dízimo deixa de ser dízimo e se torna esmola quando aquele que tem condições, dá a Deus e à Igreja menos do que gasta num refrigerante, num lanche ou de gorjeta num restaurante. É triste constatar que alguns ainda contribuem com migalhas, tapeando sua consciência ao dizer que são dizimistas. Nesse caso o Dízimo não é atitude de fé, mas de superstição.
E os pobres, quando devem dar de dízimo?
Ninguém é obrigado a dar de dízimo o que não tem ou não pode dar. O dízimo dos pobres, por menor que seja, deve ser acolhido com muito amor e profunda gratidão (leia Lucas 21,1-4).
Cada um deve dar, portanto, segundo as suas possibilidades?
Sim, cada um deve dar segundo as suas possibilidades. Quem tem mais dá mais, quem tem menos, dá menos.
Os padres, os membros das pastorais, da coordenação e do conselho pastoral, os catequistas e os ministros estão dispensados do dízimo?
Não, não estão dispensados. Como cristãos conscientes e membros ativos da igreja, devem ser os primeiros a contribuir, tanto por convicção, como para dar testemunho aos demais membros da comunidade.
O dízimo acaba no "bolso" do padre?
Não, não acaba no bolso do padre. O dízimo é aplicado às necessidades da comunidade local e diocesana. Quanto ao padre, é justo que receba seu salário. E esse salário, é lógico, deve ser retirado do dízimo. A respeito desse assunto, não deixe de ler o texto esclarecedor de 1ª Coríntios 9,4-14.18.
Quem cuida do dízimo e presta conta ao padre e à comunidade?
Quem presta conta do dízimo à comunidade e ao padre é a Pastoral do Dízimo e o Conselho Econômico da Paróquia. São eles que auxiliam o padre nas questões econômicas e administrativas.
Então, qual destinação é dada ao dízimo?
O dinheiro que se arrecada com o dízimo é investido na própria comunidade (dimensão comunitária): parte dele vai para o pagamento dos funcionários, encargos sociais e impostos, para a manutenção da igreja, do salão e da casa paroquial. Outra parte vai para as despesas com o culto litúrgico (dimensão religiosa), e outra parte ainda para a formação dos futuros padres e agentes pastorais (dimensão missionária), além da assistência e a promoção dos mais pobres (dimensão social).
Como o dízimo é usado na liturgia e nas pastorais?
Na liturgia, o dízimo é usado para a compra de materiais e utensílios litúrgicos (hóstias, vinho, cálice, cibórios, velas, folhetos litúrgicos, etc) e, nas pastorais, é utilizado tanto na aquisição de material (giz, bíblias, livros, etc), como com a formação dos próprios catequistas e agentes de pastorais.
Como os mais carentes são ajudados através do dízimo?
Os mais carentes são ajudados pelo dízimo de duas maneiras: pela assistência social (donativos, compra de medicamentos, etc) e pela promoção (realização de cursos de alimentação alternativa, medicação caseira, educação política, etc). Quando um carente é ajudado e promovido, é toda a comunidade dizimista que o ajuda e promove.
O dízimo facilita a formação de líderes e agentes de pastoral?
Sim! O dízimo, numa comunidade consciente e organizada, faz com que a mesma não invista só em construções, mas também se preocupe com a formação de seus líderes e agentes pastorais.
Pode-se oferecer bens em lugar de dinheiro?
Sim, pode-se oferecer bens em lugar de dinheiro. É aconselhável, contudo, que o dízimo seja oferecido em dinheiro, tendo assim a sua aplicação facilitada.
Quem dá o dízimo está dispensado das taxas paroquiais?
Sim, quem dá o dízimo está dispensado das taxas paroquiais. Leve-se em conta, porém, que essa dispensa de taxas (total ou parcial) deve acontecer gradativamente, à medida que o dízimo for sendo implantado e organizado.
É verdade que parte do dízimo de cada comunidade vai para a diocese?
Sim, é verdade. Esta contribuição das paróquias com a diocese é, quase sempre, investida na formação dos futuros padres (seminaristas) e na manutenção da Cúria Diocesana e de seus funcionários, encargos e impostos.
As ofertas continuam mesmo depois da implantação do dízimo?
Sim, continuam, além do compromisso mensal com o dízimo, os católicos têm o direito de fazer ofertas espontâneas, sejam na missa ou culto, seja por ocasião da recepção de sacramentos e sacramentais.
Em que sentido a Bíblia afirma que o dízimo é uma verdadeira fonte de bênção?
A Bíblia diz que quanto mais uma pessoa é generosa e abre mão e o coração para partilhar, tanto mais recebe as bênçãos de Deus (leia Malaquias 3, 8-12). O coração do egoísta é fechado para dar e, em conseqüência, também fechado para receber. Só quem é generoso, e não tem medo de dividir o que possui, é que está de fato aberto par acolher os benefícios de Deus.

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