CF – GESTOS CONCRETOS PARA MELHORAR A SEGURANÇA PÚBLICA




Depois de oferecer elementos para a análise da realidade em que vivemos, avaliando-a em função dos valores evangélicos, a Campanha da Fraternidade nos propõe um agir concreto, tanto do ponto de vista pessoal, individual, como na dimensão coletiva, a partir da família, comunidade, associações de moradores, associações profissionais e sindicais, associações esportivas, organizações não governamentais, conselhos de políticas publicas e órgãos do Poder Publico.
Os gestos concretos ou ações afirmativas para colocar mais fraternidade na segurança publica, devem começar individualmente, com cada um de nós assumindo com coragem e entusiasmo, um processo de conversão interior, deixando-se inundar o coração pelo Amor de Deus, que faz com que se olhe o semelhante como se fosse o próprio Deus. E, a partir daí, se construa uma transformação radical nas atitudes dos relacionamentos humanos que se vive no dia a dia.
Da mesma forma que cada um perceba a felicidade de ter encontrado e ter sido invadido pelos valores evangélicos, assumir também a missão de levar, através de testemunhos vivos, esses valores a todos os que ainda não o descobriram. E essa não é nenhuma missão extraordinária para o cristão batizado. Trata-se da própria missão evangelizadora que o compromisso do batismo nos traz.
Acontece que a ação evangelizadora, na sua realidade concreta, só acontece no âmbito da comunidade, da vivencia comunitária. Ninguém consegue transmitir valores evangélicos vivendo isolado, individualmente, dando testemunho diante do espelho. Então a comunidade é objeto e ao mesmo tempo sujeito da ação evangelizadora.
Começa, portanto, na comunidade mais simples, mais próxima de cada um de nós, ou seja, a família, o espaço para implementarmos ações afirmativas em prol daquilo que se espera que realmente seja a segurança publica. E a primeira ação concreta seria a proposta de vivermos verdadeiramente o Amor de Deus, os valores evangélicos, na convivência familiar, em todos os instantes. Daí por certo derivariam a superação da violência e a formação de pessoas integras e capacitadas a conviver fraternalmente na sociedade. Cada família poderia discutir entre seus membros, quais seriam as mudanças de atitude que poderiam ser assumidas como gesto concreto nesta CF.
Do âmbito familiar para o comunitário, envolvendo a comunidade religiosa ou dos moradores do bairro, as ações podem ser planejadas com o auxilio de pessoas com conhecimento técnico em organização social, como assistentes sociais, por exemplo, como também da área da segurança publica, elucidando estratégias que levem à maior garantia de segurança para todos, tanto na vida domiciliar como social.
Outras propostas podem surgir em ambientes como o próprio local de trabalho ou no âmbito da associação profissional ou sindical, chamando para palestras e discussões, pessoas capacitadas a conduzir um planejamento com metas bem claras para consolidar a garantia de convivência fraterna entre todos, capaz de frutificar em segurança publica.
Um projeto audacioso, seria desencadear um processo de formação em cidadania, tornando os cidadãos e cidadãs capacitados a se tornarem protagonistas de uma transformação nas estruturas destinadas a garantir a segurança publica. Capazes de provocar mudanças no âmbito da política, por exemplo, onde acontecem as decisões em que a vida da sociedade está em jogo. Provocar mudanças no comportamento humano das pessoas que agem em nome dos órgãos de segurança publica bem como nas estruturas conturbadas e “atrapalhadas” como estão funcionando hoje. Inclua-se aqui, também os órgãos do Poder Judiciário. Para isso, a participação do cidadão, representando a sociedade civil, nos conselhos de políticas publicas, é fundamental.
Querer mudar tudo isso é utopia, dirão alguns. Querer atingir a plenitude da fraternidade na vivencia em sociedade, é a utopia que o Evangelho nos propõe! E é essa utopia que nos alavanca na caminhada, que nos chama como uma luz no horizonte. Por isso, é preciso aproveitar ao máximo essa força do Espírito que se reacendeu em cada um de nós nessa quaresma, para ousarmos na criatividade e nos tornarmos, verdadeiramente, agentes de mudança.
Não devemos esquecer que a CF estabelece também um gesto concreto especial para a coleta do Domingo de Ramos quando cada um pode contribuir generosamente, de acordo com suas posses, para sustentação de projetos que venham a ser propostos, ficando 60% (sessenta por cento) do total arrecadado, para a própria Diocese e o restante será enviado para o Fundo Nacional da Solidariedade.

ANTONIO OSWALDO STOREL – Coordenador do CNLB – Diocese de Piracicaba.
Em 01/04/09

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